Existem vários tipos de dispositivos de bombinhas (inaladores) utilizados no tratamento de asma e enfisema, cada um com suas características específicas para administrar medicamentos diretamente nas vias respiratórias. Esses dispositivos são projetados para ajudar a controlar os sintomas, melhorar a função pulmonar e reduzir a frequência das exacerbações. Abaixo estão os principais tipos de dispositivos inaladores:
1. Inaladores Pressurizados de Dose Medida (MDI)
O inalador pressurizado de dose medida (MDI) é o tipo mais comum de bombinha. Ele contém o medicamento em forma de aerossol pressurizado, liberado em doses medidas.
- Como funciona: Ao pressionar o dispositivo, uma dose medida de medicamento é liberada na forma de spray, que o paciente inala diretamente para os pulmões. O uso adequado exige coordenação entre a pressão do dispositivo e a inalação.
- Vantagens: Portátil, fácil de usar, e fornece doses precisas.
- Desvantagens: Pode ser difícil para algumas pessoas coordenar a inalação com a ativação do dispositivo. Isso pode levar a uma administração inadequada do medicamento.
- Exemplo: salbutamol (aerolin) em um MDI para alívio rápido da broncoconstrição.
2. Inaladores de Pó Seco (DPI)
Os inaladores de pó seco (DPI) entregam o medicamento na forma de pó seco, que é inalado diretamente para os pulmões.
- Como funciona: Para usar, o paciente precisa inalar com força para que o pó seja transportado para as vias respiratórias. Isso dispensa a necessidade de coordenação entre a ativação e a inalação, como no MDI.
- Vantagens: Mais fácil de usar para pessoas que têm dificuldade em coordenar a inalação. Não requer propelentes.
- Desvantagens: Exige uma inalação suficientemente forte para liberar a dose completa, o que pode ser um desafio em pacientes com insuficiência respiratória severa.
- Exemplo: Salmeterol/fluticasona (Seretide) em um DPI para manutenção do controle da asma e DPOC, formoterol/budesonide(Fostair)
3. Inaladores de Névoa Suave (SMI)
Os inaladores de névoa suave (SMI) são dispositivos relativamente novos que liberam o medicamento na forma de uma névoa fina e lenta.
- Como funciona: O SMI libera uma névoa que permanece suspensa por mais tempo, permitindo uma inalação mais lenta e profunda, o que aumenta a deposição do medicamento nos pulmões.
- Vantagens: Maior eficácia na entrega de medicamentos aos pulmões, mesmo com uma inalação lenta. Não requer grande força para inalar.
- Desvantagens: Pode ser mais caro e menos acessível que outros tipos de inaladores.
- Exemplo: Tiotrópio (Spiriva Respimat) em um SMI para controle de longo prazo do enfisema e DPOC.
4. Inaladores com Espaçador
Um espaçador é um acessório que pode ser acoplado ao MDI para facilitar a administração do medicamento.
- Como funciona: O espaçador captura o medicamento liberado pelo MDI, permitindo que o paciente o inale em algumas respirações lentas, ao invés de uma única respiração coordenada.
- Vantagens: Reduz a necessidade de coordenação entre ativação e inalação, melhorando a deposição do medicamento nos pulmões e reduzindo o depósito do medicamento na boca e garganta.
- Desvantagens: O dispositivo é maior e menos portátil do que um MDI sozinho.
- Exemplo: Qualquer MDI pode ser utilizado com um espaçador, como Beclometasona ou Salbutamol.
5. Nebulizadores
Embora não sejam exatamente bombinhas, os nebulizadores são dispositivos que convertem medicamentos líquidos em uma névoa fina que pode ser inalada através de uma máscara ou bocal.
- Como funciona: O medicamento líquido é convertido em névoa por meio de um compressor de ar ou ultrassom. O paciente inala a névoa calmamente durante vários minutos.
- Vantagens: Ideal para crianças pequenas, idosos ou pacientes com dificuldades respiratórias severas que não conseguem usar MDI ou DPI. Permite a administração de doses mais elevadas de medicamentos.
- Desvantagens: Mais volumoso, menos portátil e requer uma fonte de energia (bateria ou tomada elétrica).
- Exemplo: Ipratrópio ou salbutamol em solução para nebulização.
Considerações finais
A escolha do dispositivo inalador depende de vários fatores, incluindo a preferência do paciente, a capacidade de usar o dispositivo corretamente, a gravidade da condição respiratória, e a recomendação médica. Em muitos casos, a técnica de inalação é tão importante quanto o medicamento em si, e a educação do paciente sobre o uso correto do inalador é crucial para garantir a eficácia do tratamento.