Dr. Rafael Cadore

Homem utilizando cigarro eletrônico

O cigarro eletrônico, há alguns anos viemos nos deparando cada vez mais com novidades tecnológicas em especial entre os jovens, uma delas mais recentemente e tendo virado febre entre a população jovem adulta são os Dispositivos Eletronicos para Fumar – DEF ( também conhecido como cigarros eletrônicos ou vapers ). Mesmo com campanhas de conscientização sobre o tabagismo e proibição do consumo de cigarros normais em locais públicos o uso destes dispositivos continua a crescer e gera uma nova preocupação em relação as consequências do seu uso a longo prazo na saúde de quem o consome. E mais, a venda deste tipos de dispositivo é proibida no Brasil desde 2009 segundo a ANVISA (RDC 46 de 2009) , portanto todo dispositivo é adquirido no mercado informal, o que gera mais um problema as autoridades responsáveis. 

Sendo um dispositivo atrativo, a base de funcionamento desses aparelhos é uma base eletrônica de bateria que causa vaporização do conteúdo liquido que então libera a nicotina, mesma substancia psicoativa que contem no cigarro comum em diferentes concentrações. Existem hoje no mercado vários tipos destes dispositivos, alguns deles contendo inclusive aromas agraveis, o que de certa forma evitaria o odor desagradável odor do cigarro que causa por vezes constrangimento para quem o fuma. 

Pois bem, tais dispositivos não são tão inocentes e pelo contrário podem sim causar muitos danos a saúde em especial ao pulmão com pneumonias graves. Alguns desses produtos contem na sua formulação partículas de glicerina, metais pesados e outras substancias tóxicos e ate potencialmente cancerígenas que podem ser extremamente prejudiciais ao pulmão. Nos estados unidos já foram confirmadas ao menos 3 mortes por jovens devido ao consumo desse tipo de cigarro. Além disso tem se percebido um possível aumento do consumo de cigarros normais pela população jovem que utiliza estes dispositivos, provavelmente devido a própria adição a nicotina contida neles, aumentando em 3x a chance de experimentar cigarro naqueles que consomem algum tipo de cigarro eletrônico. Também foram relatados casos de explosões de alguns tipos destes aparelhos que contem baterias. Assim como o cigarro eletrônico o uso de Narguile também é prejudicial pois sua base também é o tabaco e sua combustão pode liberar além da nicotina, alcatrão, monóxido de carbono, todos altamente prejudiciais ao pulmão, podendo ser comparado por exemplo a ingestão de 100 cigarros normais. 

Quanto ao papel do cigarro eletrônico no auxilio do tratamento do paciente que deseja parar de fumar este ainda não esta estabelecido e portanto não é recomendado. Muito pelo contrario, quem consome esse tipo de cigarro pode estar causando talvez um mal tao grande quanto o consumo do próprio cigarro normal a curto prazo. 

Lembrando que o tabagismo é hoje a maior causa evitável câncer no mundo, e não somente câncer de pulmão mas também de outros órgãos, portanto todo esforço dede ser feito para que nenhum tipo de cigarro seja consumido, uma vez que o papel do cigarro eletrônico no câncer ainda não esteja definido mas seja sim mais uma causa. Nesse aspecto muitos estudos estão sendo realizados em todo mundo, mas a recomendação é clara, o consumo de cigarros eletrônicos além de ilegal pode sim causar também muitos problemas de saúde e deve ser portanto desencorajado segundo a recomendação da OMS.

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